Em tempos de filósofos pop-stars, pensar por si parece um certo privilégio. Poderia-se até incorrer no risco/ofensa de que, os graduados em filosofia, tivessem por opção a escolha de ser um personal thinker, essa figura que após analisar os anseios de outrem, lhes daria um discurso pronto, elaborado, com possibilidades de acréscimos (ou updates). Querendo ou não é um fenômeno social, podendo ser interpretado como sintoma, índice… as possibilidades são muitas e suas consequencias, idem.
Mas ocorre esse deslocamento, o de que há um profissional do saber que lida com conceitos, pensa neles, os desenvolve e amplia, e para eles muitas das dúvidas e grandes questões são arremessadas, atiradas, jogadas. Na área cultural não é diferente.
Nossa proposta, com isso, é muito simples: buscar elementos que ao longo de mais de 2500 anos foram pensados/meditados e colaborar de alguma forma com a Cultura, assim, em maiúsculas, na sua especificidade patrimonial e, espera-se, brasileira. Se definir cultura já é por si problemático, ainda maior é definir brasileiro, este ‘híbrido’, mestiço, sem tradição inventada (HOBSBAWM) com uma coerência interna (espaço diegético?) que promova o traço identitário entre os habitantes locais.
Pretende-se a co-laboração, onde na comunidade dos graduados e graduandos em filosofia, os laços se fortaleçam e finalmente uma filosofia brasileira seja alcançada e alçada a patrimônio nacional ou, no processo decolonialista, um autêntico pensamento brasileiro se firme mais e mais.
O problema do patrimônio cultural poderia ficar restrito a uma mera observação de campo da disciplina psicologia social, pois afinal, que luto é esse, que passado é esse, que não passa ou cessa de presentificar-se? Mais ainda, divide-se em natural e cultural; se cultural, em material e imaterial (ou tangível e intangível); onde o que-fazer com ele tem-se duas opções: manter ou destruir. Em se mantendo, preservá-lo ou restaurá-lo; em restaurá-lo, corre-se o risco de falso histórico por usar elementos que à época em que o patrimônio (no caso, material) foi feito, outra era a tecnologia. O assunto é vasto e cheio de minúcias e pormenores.
O assunto perpassa por historiadores da arte, arquitetos, sociólogos e antropólogos que se valem, necessariamente, do conhecimento proporcionado pela filosofia, mas sempre puxando a brasa pra sua sardinha. Melhor dizendo, puxando a sardinha pra sua brasa!
No link adiante, um mapa mental de possíveis conceitos e suas relações:
Proposta de conceitos e suas relações – mapa mental